sábado, 4 de agosto de 2012

from NYC 1-05: charme e independência


Viver em uma grande cidade como NYC exige adaptações e concessões.
Mas isso não deve ser visto como algo ruim. Ao contrário, soluções perigosas para algumas cidades, como São Paulo, podem ser viáveis e desejáveis em outras. E uma delas me chamou muito a atenção aqui em Nova Iorque.
A individualidade é um fator preponderante que compõe a cultura dos Estados Unidos. A indústria automobilística tem em suas montadoras uma presença inquestionável na economia norte-americana. O petróleo e seus derivados têm poder tão grande sobre a política deste país que levam seus governos a guerras que lhes garantam suprimento desse combustível. Juntando isso tudo chegamos à brilhante solução amplamente consumida pelos nore-americanos: o carro.
Carros são tão viáveis e baratos nessa economia (especialmente se comparados ao Brasil) que fica difícil não se render ao conforto de um desses em sua garagem.
Porém aí surge um problema: quem tem garagem em Nova Iorque? Quase ninguém. Casas ou prédios com garagem para carros, tão comum no Brasil, são raras aqui. Carro dorme na rua, e tem que sair de lá bem cedo na manhã senão ganha ticket (= multa). Seja no Brooklyn, seja em Manhattan.
Não há muito espaço para carro particulares nas ruas de NY. A bem da verdade, nem há necessidade. O transporte público é vasto e eficiente: várias linhas de metrô que rasgam a cidade inteira e que continuam em expansão; onibus com hora certa para passar no ponto, silencioso e com ar condicionado (ufa... afinal é verão aqui). E acima de tudo, taxi por todo lado (não que seja fácil pegar um). Mas se tem carro, pode também deixar nos estacionamentos estratégicos em Manhattan.


Mas ainda assim, surge no cenário urbano um companheiro muito simpático, individual e que confere total liberdade aos habitantes da cidade: a scooter.
As scooters podem ser vistas por todo lado em NY. De várias cores, de vários modelos, antigas de idade, antigas de estilo, de várias marcas, elas podem ser flagradas do Harlem ao SoHo, em Williamsburg, onde você estiver pode observar ao seu lado pois deve haver uma parada esperando seu dono.
Comecei a percebê-las pois são objetos bonitos. E de fato combinam muito com Nova Iorque. Elas são charmosas, sofisticadas ainda que com aparência vintage, representam as já mencionadas “independência” e “individualidade” tão características dos novaiorquinos, são práticas, próprias para deslocamento curto em uma malha urbana intensa em terreno predominantemente plano. Ou seja, de mãos dadas com as bicicletas, outro charme à parte da cidade, as scooters representam mais que meio de transporte, um padrão de comportamento de consumo da cidade, da vida.









segunda-feira, 30 de julho de 2012

from NYC 1-04: Faça chuva ou faça sol!

Chove chuva!
As estações extremas são intensas em Nova Iorque. Verão e Inverno são difíceis de aturar por muito tempo e, provavelmente por isso, é uma grande alegria quando chegam, e também quando terminam.
O verão começou aqui no hemisfério norte oficialmente no dia 20 de junho, o dia mais longo do ano, conhecido como solstício de verão. E assim como previsto e anunciado pelas emissoras, isso aqui está fervendo!!
Nova Iorque está em pleno verão agora. Tivemos semana passada 100ºF!!! Para a conversão, vai aí a dica: subtrair 32 do grau em Farenheit e dividir o resultado por 1,8 (100ºF – 32 = 68) (68/1,8 = 37,7). Portanto o que temos aqui é 38ºC em uma cidade cheia de prédios, vidros espelhados, asfalto e muitos turistas…
O grande alívio é entrar em casa, nas lojas, cafés, restaurants, escritórios, qualquer lugar com ar condicionado.
Neste verão, outro convidado mais que bem vindo, necessário, é a chuva. Que alívio quando ela chega. A brisa, o cheiro de chuva misturando ao cheiro dos temperos da cidade, os reflexos no asfalto, e uma oportunidade a mais para identificar os estilos de cada um. Me refiro aos guarda-chuvas.
Foi começar a chover para vermos na cidade algo que ia além do tradicional nylon preto circulando pelas ruas.
Riscas de giz, estampados, logos, coloridos ou assimétricos, os guarda-chuvas passam de objetos simplesmente functionais para se tornarem valiosos acessórios na construção de um mundo mais plural, menos monótono e bem mais interessante.



Originalmente o objeto que conhecemos como guarda-chuva tinha o objetivo de proteger do sol, e lá estava ele 11 séculos AC na China, feito de papel e bamboo.
Além da China, já esteve presente em vários outros pontos do mundo no passado, tais como, Egito, Grécia e Índia, conforme revelam registros em pintura e relevos.
O próprio termo em ingles para o guarda-chuva sugere o uso para proteger do sol: umbrella origina de umbra = sombra.


Popular no Renascimento europeu, a umbrella já contou com diversos materiais como cobertura desde sua criação: folhas vegetais, madeira, papel, algodão, linho, seda, PVC e nylon para citar alguns.
A partir do século XVIII começou-se a distinguir umbrella de parasol, um para chuva e outro para sol. Ainda hoje usamos ambos os termos por aqui.
Uma das primeiras empresas exclusivas de umbrellas e parasols instalou-se em Londres em 1830. James Smith and Sons. Existe até hoje e é ainda comandada pela família. http://www.james-smith.co.uk/
Aqui em Nova Iorque a Rain or Shine é uma ótima opção para quem busca uma grande seleção de umbrellas. Fica em Midtown East e sua entrada tem uma charmosa red umbrella como toldo. Variam de US$70.00 a US$1,100.00 já com as taxas, modelos masculinos e femininos. http://www.rainorshine.biz/



Há três meses Christopher Balley introduziu as umbrellas no desfile da Burberry em Londres, propondo um pouco mais de atenção a esse elegante objeto. Victoria’s Secret há diversas temporadas apresenta as umbrellas como acessório sexy…
Lúdico, sexy, elegante, despojado, seja qual for o estilo, eles estão voltando.
Esta é sem dúvida uma excelente companhia em Nova Iorque, seja para proteger do sol escaldante deste verão, seja para abrigar da chuva que nos tem vititado com frequência.
Faça chuva ou faça sol!!

domingo, 15 de julho de 2012

from NYC 1-03: doce (?) surpresa


Uma das maiores atrações da cidade de Nova Iorque é, sem sombra de dúvida, a gastronomia. E aqui surgem a cada ano novidades surpreendentes.
Max Brenner é uma casa que vende tudo de chocolate. Está bem localizada, na Broadway, há uma quadra da Union Square.
Lá você encontra trufas, balas, canecas de chocolate, seringas (sim...rsrsrs) com chocolate, pizzas, sucos, de chocolate, frozen... tudo à base do tão controverso cacau.

A casa é muito aconchegante, e tudo dentro dela te estimula ao consumo.
Para a nossa surpresa, mais do que os produtos nela oferecidos, o que nos chamou a atenção foi o comportamento de consumo: a casa estava lotada, em pleno verão que beira os 40ºC em NYC.
Estivemos anteriormente na Max Brenner no Inverno passado, e acreditem, ela estava quase vazia.
Tanto é que foi a primeira vez que percebemos existir um salão com mesas, como um grande restaurante, bem ao meio da casa, bem como também notamos o andar superior com suas mesas lotadas.
Aquela clássica percepção de que chocolate é coisa de inverno foi imediatamente questionada.
Certamente esse é um comportamento clássico de turista, pois a cidade é muito mais cheia no verão do que no inverno, e a temperatura interna com ar condicionado, essencial a todo local que abriga multidões, como lojas, restaurantes, metros, ônibus e hotéis, torna o ambiente bem fresco e propício ao consumo.
Mas inda assim a casa está lotada, as pessoas consumindo chocolate, é verão e, do lado de fora, o sol e o clima vão te lembrar disso.
Atrelado ao desejo de consumo de chocolate, e aos prazeres dele decorrentes, está uma preocupação: a origem da matéria-prima.
Existe neste país, sobretudo em NYC (muitos países na Europa estão bem mais avançados nesse ponto), uma corrente de pensamento preocupada com os danos que os produtos consumidos podem causar, desde seu processo de produção até seu descarte.
No caso do chocolate, a material prima é o cacao.
De acordo com pesquisas feitas pela rede CNN, cerca de 50% do cacao utilizado pelos Estados Unidos na produção do chocolate é importado da Costa do Marfim, onde a colheita e o beneficiamento do cacao é feito por trabalho escravo infantil.
Os links abaixo podem ajudar a ter uma noção melhor sobre a dimensão dessa questão
Algumas empresas já estão se posicionando quanto a abolir a mão de obra escrava infantile de sua cadeia de produção, mas isso não acontece sem pressão pública.
Portanto aos apreciadores de chocolate, certifiquem-se de que o chocolate que consomem não é fruto de exploração, ilegalidade, violência e humilhação.
Chocolate pode e deve trazer prazer, e não deixar um gosto amargo na consciência.










sexta-feira, 13 de julho de 2012

from NYC 1-02: Limo Party

Limo party... 
Quando ouvimos "Limo Party" = festa em limousine, pensamos naquelas despedidas de solteiro que vemos em filmes, ou ainda turistas com desejos extravagantes, ou mais ainda aquele comportamento nouveau-riche, como os próprios novaiorquinos diagnosticam... mas descobrimos algo muito mais interessante sobre as limo parties...
Extravagante uma limo é de qualquer jeito. E há muitas circulando pela cidade. Das mais clássicas e discretas (na medida do possível), que representam conforto e privacidade, geralmente para figuras importantes  de esferas políticas ou corporativas, às mais exuberantes, cujo objetivo é chamar a atenção.
Dependendo da limousine que que você contrata, dá para se ter até 24 convidados (caso da Escalade Limo), apesar de que a mais tradicional de todas e a Lincoln para 6, 8 ou 10 passageiros pode em muitos momentos dar conta do recado. Mas tem limo de todos os tipos aqui: Hummer, Rolls Royce, SUVs de todos os tipos, Chrysler, Land Rover... enfim, muitas opções.
Fomos convidados a participar de uma dessas Limo Parties, e fomos para ver do que de fato se tratava.
Estávamos em 12 convidados quando o chauffeur estacionou uma limousine para 15 passageiros no endereço previamente agendado.
Ok. A primeira impressão ao entrar no veículo era que estávamos indo a um cassino em Las Vegas... dada a quantidade de brilho e luzes coloridas lá dentro. Havia rádio com conexão usb para i-pod/i-phone, cd, e um excelente sistema de caixas de som espalhadas pelo ambiente.
Espaço para copos, cooler com gelo para bebidas, que podem ser levadas pelo cliente, lembrando da restrição severa de álcool a menores de 18 anos.
Ok, em paralelo à festa toda, vamos falar do aspecto prático:
US$350,00 para um veículo para 15 passageiros, com chauffeur particular por três horas. Fazendo as contas, US$23,00 para cada passageiro, para circular por onde quiser na cidade por três horas, é realmente muito mais barato e prático do que contratar qualquer empresa turística ou mesmo ir de taxi.
Traçamos uma rota básica mas interessante:
Fomos downtown para o Battery Park, onde paramos e pudemos ver o belo por do sol ao som de música ao ar livre do projeto Summer in the Park, música espalhada pela cidade nesta temporada.
Retornamos à limo e contimuamos até o Ground Zero, onde estão sendo erguidas as novas torres gêmeas.
Continuamos rumo à ponte do Brooklyn, que se erguia esplêndida ao por do sol. Demos a volta e paramos logo abaixo dela, no píer. Descemos. O píer estava lindo, e a vista mágica. Um bom momento para admirar o skyline de Manhattan iluminado no começo da noite, para um passeio tranquilo pelo píer, e por que não um sorvete na base da ponte?
Retornamos à limo e seguimos a outro píer interessante, o de Williamsburg... mas não mal pudemos chegar pois o carro não virava algumas estreitas ruas de Williamsburg... ok, seguimos à Times Square, e lá ficamos após três horas guiadas com conforto e diversão pela Nova Iorque nesse verão.
Portanto interessados, àqueles que buscam exuberância, ou àqueles que buscam excelente custo-benefício em companhia de amigos, aqui deixo a dica da limo-party.












quarta-feira, 11 de julho de 2012

de NYC 01: Louis Vuitton acordou com polka dots

Quem passou pela 5a avenida em Nova Iorque nesta terça-feira tomou um susto ao cruzar a rua 57, onde está a loja central da Louis Vuitton em NYC (são 7 somente em Manhattan).
Primeiro porque a fachada estava inteira estampada de incontáveis bolinhas que subiam a 40 metros de altura e, segundo, que havia uma figura bem conhecida na vitrine: Yayoi Kusama, que inúmeros turistas podiam jurar ser uma pessoa de verdade de pé atrás do vidro. Dado o histórico de Yayoi Kusama essa seria uma possível ação dela, se postar como uma instalação na vitrine da Louis Vuitton, ocasionalmente interagindo com os espectadores.
A artista plástica japonesa de 83 anos e cabelo chanel pitanga, que inspirou Marc Jacobs, designer da Louis Vuitton já em sua coleção de 2007, volta com uma parceria realmente significativa com a rede Louis Vuitton. Assina uma linha composta por bolsas, sapatos, carteiras, vestidos, blusas, tricô, enfim, e se considerarmos a dimensão da atenção dada a ela nas vitrines e por todo o interior da loja, pode-se dizer que ela está bem presente na marca multimilionária.
A Louis Vuitton trabalhou overnight todo o VM das lojas, especialmente as vitrines, para trazer à cidade de Nova Iorque a feliz parceria dois dias antes de uma mostra da própria artista no Whitney Museum of American Art  http://whitney.org/Exhibitions/YayoiKusama  a seu aberto nesta quinta, 12/julho/12.
Seu nome vem sendo celebrado intensamente no mundo da arte ocidental. O Whitney de NYC sucede uma significativa retrospectiva da artista feita pelo Tate Modern de Londres, ocorrida de 09/fev a 05/jun. Importante articulação da Louis Vuitton, que vem se colocando como patrona das artes desde a criação de seu Centro de Artes em Paris, projetado pelo não menos celebrado Frank Gehry.
Sem dúvida a cidade, que já está quente, ficara mais colorida e alegre coma  presença de Yayoi Kusama